Mesmo em período de desemprego,
sobram vagas de trabalho no campo da Tecnologia da Informação (TI) em
Uberlândia, cidade em que, de janeiro a setembro deste ano, perdeu 2.764 postos
de trabalho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados no fim de
outubro. Uma pesquisa feita pela reportagem do CORREIO de Uberlândia em sites
de emprego e empresas mostrou que há, pelo menos, 90 vagas abertas.
Ainda
que não exista um levantamento oficial, empregadores do setor apostam em
números até cinco vezes maiores. O problema preocupa empresários, que buscam
aproximação com centros de formação como forma de driblar, a situação.
A análise feita pelo presidente
do I9 Uberlândia, Robson Xavier, é que o não preenchimento das vagas no setor
está ligado, principalmente, ao dinamismo da área, que exige grande demanda de
reciclagem dos profissionais, e à falta de qualificação dos trabalhadores. A
Associação de Empresas de TI informa também a perda de profissionais para
grandes centros, ainda que esse seja um fator de menor grau hoje. “Conforme as
empresas recebem demandas, às vezes, não é possível capacitar os profissionais.
Então, abrimos novas vagas para suprir a necessidade. Da mesma forma que os
cursos, hoje, formam mão de obra apenas com conceitos básicos”, disse Xavier.
A
questão salarial não seria problema, segundo ele, uma vez que setor oferece até
R$ 9 mil como salário inicial, dependendo da Especialização do profissional. O
problema é visto como global e avaliado como preocupante por integrantes da
área, uma vez que a falta de profissionais pode levar empresas a não
conseguirem atender ao próprio mercado e travar o setor.
Empresa
tem dificuldade para contratar profissionais
Segundo
a coordenadora de Recursos Humanos de uma empresa de tecnologia em Uberlândia,
Kriscia Martins, ela busca preencher 13 vagas na área atualmente. Essa também é
a média mensal de abertura de postos de trabalho da companhia. A taxa de
reprovação dos candidatos nos processos seletivos chega a 26%, segundo a
coordenadora, enquanto a taxa de contratação não passa de 7%.
“Até
contratamos, mas as pessoas qualificadas para os cargos demoram a aparecer”,
afirmou Kriscia Martins. Para tentar contornar o problema, ela procura
indicações de outros profissionais entre seus colaboradores, treina aqueles que
já trabalham no local e que têm potencial para assumir cargos sênior e a
empresa busca fortalecer a marca para atrair talentos.
Segundo
Robson Xavier, presidente do I9, associação de empresas de TI, nos últimos
anos, houve evasão de estudantes dos cursos de TI e uma das soluções
encontradas foi incentivar alunos de escolas de Uberlândia a se interessarem pela
área. Para isso, o I9 atua em colégios ensinando programação básica para jovens
e promove eventos, como mostra de trabalhos feitos pelos estudantes.
Vagas
de emprego em TI
§ 90 postos de trabalho não
preenchidos (segundo pesquisa em sites e empresas feita pela reportagem do
CORREIO de Uberlândia)
Motivos
para o não preenchimento das vagas
§ Falta de qualificação dos
candidatos
§ Demanda maior que capacidade de
reciclagem dos funcionários
§ Evasão de alunos dos cursos de TI
§ Perda de mão de obra na área para
outros centros
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