Criminosos invadiram o sistema de dezenas de bancos na Rússia e na Ucrânia e já roubaram ao menos US$ 10 milhões (cerca de R$ 34 milhões) de uma instituição financeira na Ucrânia, segundo a associação de profissionais de segurança Isaca em Kiev.

A associação publicou um alerta em seu perfil no Facebook para revelar algumas das técnicas usadas pelos invasores e como as instituições podem se proteger. Um banco teria solicitado a ajuda da Isaca para investigar um ataque, mas o nome da instituição não foi revelado. A informação é de uma reportagem publicada neste sábado (25) no site do jornal ucraniano "Kyiv Post".

Ao jornal, o diretor da Isaca em Kiev, Aleksey Yankovsky, afirmou que os bancos não estão compartilhando informações sobre os ataques. De acordo com Yankovsky, as instituições têm medo da publicidade negativa.

Segundo a Isaca, os invasores entram na rede dos bancos e por meses estudam o funcionamento e os controles de segurança da instituição antes de agirem. A fraude se concretiza por meio de transferências não autorizadas na rede internacional Swift.

Os ataques aos bancos na Ucrânia e na Rússia teriam potencial para um roubo de "centenas de milhões de dólares", segundo a associação.

Série de ataques
A Swift é uma cooperativa formada por mais de três mil instituições financeiras e gerencia uma rede que viabiliza transferências bancárias internacionais. A rede em si não sofreu nenhum ataque, mas, apesar disso, a Swift anunciou iniciativas para ajudar os bancos a aumentarem sua segurança.

A rede está em alerta desde fevereiro, quando uma transferência ilegítima no Banco de Bangladesh desviou US$ 81 milhões (cerca de R$ 275 milhões). Segundo a agência de notícias Reuters, diversos outros bancos também sofreram ataques semelhantes.

Em 2015, um relatório da companhia de segurança Kaspersky Lab afirmou que o vírus "Carbanak", usado principalmente para atacar redes de instituições financeiras, desviou US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3,6 bilhões). A Isaca em Kiev afirmou que a praga também pode estar relacionada com os novos ataques descobertos na Ucrânia e na Rússia.

Fonte: G1