Os
computadores quânticos são considerados máquinas incrivelmente poderosas
capazes de resolver problemas extremamente complexos de forma muito mais
rápida. Ainda não se sabe, contudo, qual seria a melhor maneira de fazê-los
serem tão produtivos em larga escala.
E muita gente se pergunta quem tem
chances de ganhar essa corrida.
A expectativa é de que
essas supermáquinas possam ajudar, por exemplo, a acelerar a cura de doenças, a
descoberta de novos medicamentos e a desvendar os mais seguros sistemas
criptografados.
Mas atualmente não há
consenso sobre a melhor maneira de executar tais projetos nem como
disponibilizar essas máquinas no mercado consumidor massificado.
Físicos, engenheiros e
cientistas da computação em todo o mundo estão tentando desenvolver quatro
diferentes tipos de computadores quânticos, a partir de partículas de luz, íons
aprisionados, supercondutores ou centros de vacância com nitrogênio em
diamantes.
Empresas como a IBM,
Google, Rigetti, Intel e Microsoft são as líderes nessa corrida quântica.
Cada método tem seus
prós e contras, mas o maior desafio é a frágil natureza do quantum.
O que é
computação quântica?
Em vez
de usar "um" e "zero" em sequências longas, como na
computação clássica, um bit quântico - ou qubit - usa as propriedades quase
mágicas das partículas subatômicas.
Elétrons ou fótons, por
exemplo, podem estar em dois estados ao mesmo tempo - um fenômeno chamado
superposição. Como resultado, um computador de qubit pode fazer mais cálculos
muito mais rapidamente que um computador convencional.
"Se você tem um
computador de dois-qubits e você adiciona dois qubits, terá um computador de
quatro qubits mas não vai dobrar a potência do computador - vai fazer com que
ele cresça exponencialmente", explica Martin Giles, chefe do escritório de
São Francisco da MIT Technology Review.
Cientistas
às vezes descrevem esse efeito de computação quântica como sendo capaz de
percorrer cada um dos vários caminhos de um labirinto muito complexo ao mesmo
tempo.
Os qubits também podem
influenciar uns aos outros, mesmo quando não estão fisicamente conectados, um
processo chamado "entrelaçamento". Em termos computacionais, isso
lhes dá a capacidade de fazer saltos lógicos que os computadores convencionais
jamais conseguiriam.
Potencial clássico?
Enquanto
esperamos pelos computadores quânticos, qual é o futuro para a computação
convencional?
Em julho, Ewin Tang,
estudante de computação e matemática de 18 anos da Universidade do Texas,
causou furor no mundo da computação internacional por ter desenvolvido um
algoritmo clássico de computador que pode resolver um problema quase tão rápido
quanto um computador quântico.
O problema a ser
solucionado envolvia um mecanismo de recomendação que sugere produtos aos
usuários com base em dados sobre suas preferências.
E a União Europeia
recentemente anunciou que está trabalhando na próxima geração de computadores -
os exascale - que vão executar bilhões de cálculos por segundo.
"Exascale significa
10 elevado a 18 operações por segundo", explica o professor Scott
Aaronson, cientista de computação teórico da UT Austin que orientou Ewin Tang.
"Dez elevado a 18 é
algo grande, mas os sistemas quânticos, que serão capazes de 10 a 1.000
operações por segundo, são muito, muito maiores."
E o problema para a
computação clássica é que estamos chegando aos limites de quantos transistores
podemos encaixar em um chip - o A11 da Apple conseguiu espremer surpreendentes
4,3 bilhões, por exemplo.
A chamada Lei de Moore -
que prevê que a cada dois anos os microprocessadores receberiam o dobro da
velocidade, usariam metade da energia e ocupariam a metade do espaço - está
finalmente se confirmando.
Benefícios
Mesmo que um computador
quântico estável, produzido em larga escala, ainda tenha o futuro incerto,
pesquisas com esse objetivo já estão produzindo resultados interessantes.
"Se não tivéssemos
investido em computação quântica, o algoritmo quântico que inspirou o (Ewin)
Tang não teria existido", diz Robert Young, pesquisador da Royal
Society e diretor do Quantum Technology Center da Universidade de Lancaster.
Ele já diz que a
pesquisa quântica gerou uma nova maneira de resfriar dispositivos a baixas
temperaturas, aprimoramentos de chips baseados em luz que melhoraram a
experiência de banda larga de fibra ótica, e a invenção de tecnologias para
acelerar o diagnóstico de doenças.
"O
benefício real de ir à Lua não foi ir à Lua, mas sim as tecnologias periféricas
que foram desenvolvidas no caminho", diz o professor Young.
O GPS de navegação por satélite
e canetas esferográficas são dois exemplos disso.
Fonte: G1
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